Un jour que Persinette était seule à sa fenêtre, elle se mit à chanter le plus joliment du monde.
Un jeune prince chassait dans ce temps-là, il s'était écarté à la suite d'un cerf; en entendant ce chant si agréable, il s'en approcha et vit la jeune Persinette, sa beauté le toucha, sa voix le charma. Il fit vingt fois le tour de cette fatale tour, et n'y voyant point d'entrée, il pensa mourir de douleur, il avait de l'amour, il avait de l'audace, il eût voulu pouvoir escalader la tour.
Persinette, de son côté, perdit la parole quand elle vit un homme si charmant, elle le considéra longtemps tout étonnée, mais tout à coup, elle se retira de la fenêtre, croyant que ce fût quelque monstre, se souvenant d'avoir ouï dire qu'il y en avait qui tuaient par les yeux, et elle avait trouvé les regards de celui-ci très dangereux.
Le prince fut au désespoir de la voir ainsi disparaître; il s'informa aux habitations les plus voisines de ce que c'était, on lui apprit qu'une fée avait fait bâtir cette tour, et y avait enfermé une jeune fille. Il y rôdait tous les jours.
(Mademoiselle de La Force)
sábado, 31 de março de 2012
encantamento
Tenho uma donzela na torre alta de um castelo, encantada por feitiço que a prende - e a mim mata.
sexta-feira, 30 de março de 2012
arrasta
Numa roda viva
imobilizada
são perguntas
respondidas
cuja dor
não aceita
Intelectualmente
armadilhada
nos sentimentos
paralisada
flirta com a devastação
a portas fechadas
Arrasta tempos
idos
passado meditado
calcorreado por castigo
prisioneira
de velhas hesitações
imobilizada
são perguntas
respondidas
cuja dor
não aceita
Intelectualmente
armadilhada
nos sentimentos
paralisada
flirta com a devastação
a portas fechadas
Arrasta tempos
idos
passado meditado
calcorreado por castigo
prisioneira
de velhas hesitações
desorientada
Paralelos
traçados
surpresas
caos da vontade
quando
a si deixada
Tortura
este fingir
aumentada
pelo vício
infantil
duma velha praxe
Ama
quando quer
ou espera
submissa
pelo impulso
sujeita e cativa?
Respostas
quereria
se as não temesse
ou não fosse
a inteligência
peso cruel.
traçados
surpresas
caos da vontade
quando
a si deixada
Tortura
este fingir
aumentada
pelo vício
infantil
duma velha praxe
Ama
quando quer
ou espera
submissa
pelo impulso
sujeita e cativa?
Respostas
quereria
se as não temesse
ou não fosse
a inteligência
peso cruel.
a menos que
Solidão. Escolhida, por medo daquela imposta. Jogo de forças, sujeito de fraquezas soberanas. Não havendo surpresas, talvez tenha a sorte de iludir os medos fundos.
o trabalho dá sentido
Ali está. E trabalha, que o trabalho dá sentido. Sem perceber (ainda bem) a perversão: sabe o trabalho ser tirano, quando lhe é dada primazia. Antes não o perca, para não cair, pobre, no vazio. Ou antes perca, se algum dia tiver de conhecer outros céus mais altos.
segunda-feira, 26 de março de 2012
sábado, 24 de março de 2012
sal
Subterrâneo sentimento
o medo da luz,
não vá a vida
surpreender
e pôr a nu
toda a fraqueza
Cais de espera
onde
coração nenhum
embarca,
de viagens falhadas
refém
Detalhadamente
em pormenor
minuciosamente
flagelada
pela memória
de oportunidades recusadas
A coerência
perversa
insiste,
tantos erros passados,
na pena máxima
e repete o rejeitar
E a mulher de Lot
olhou para trás
e ficou convertida
numa estátua de sal.
o medo da luz,
não vá a vida
surpreender
e pôr a nu
toda a fraqueza
Cais de espera
onde
coração nenhum
embarca,
de viagens falhadas
refém
Detalhadamente
em pormenor
minuciosamente
flagelada
pela memória
de oportunidades recusadas
A coerência
perversa
insiste,
tantos erros passados,
na pena máxima
e repete o rejeitar
E a mulher de Lot
olhou para trás
e ficou convertida
numa estátua de sal.
Não lhe ocorreu
Era mais fácil
querer
por receio de não ter
Mais forte que ela
Sofria, vítima,
incerteza
ciúme
torturas íntimas
Abaixo
da linha do mar
em emoções indomáveis
submersa
Desfalecida
à morte
sujeita
Coisa perversa
Deste amor
assim paixão
martírio imaturo
a criança quer repouso
Conhece apenas
ter pé
e o medo
de afogar
querer
por receio de não ter
Mais forte que ela
Sofria, vítima,
incerteza
ciúme
torturas íntimas
Abaixo
da linha do mar
em emoções indomáveis
submersa
Desfalecida
à morte
sujeita
Coisa perversa
Deste amor
assim paixão
martírio imaturo
a criança quer repouso
Conhece apenas
ter pé
e o medo
de afogar
Não confessa
Marca passo
a poesia
e a alma rebela-se
torturada
não vá inteira
esvair-se
a água deste rio
Embala.
Mas não confessa
se traz a morte
ou quer dar
vida
e um regresso
a poesia
e a alma rebela-se
torturada
não vá inteira
esvair-se
a água deste rio
Embala.
Mas não confessa
se traz a morte
ou quer dar
vida
e um regresso
Derrotada
Marca passo
a poesia
batente
em portas fechadas
irreverente
paixão
pelo cálculo
derrotada
grita calada
de viva voz
a poesia
batente
em portas fechadas
irreverente
paixão
pelo cálculo
derrotada
grita calada
de viva voz
sábado, 17 de março de 2012
sábado, 10 de março de 2012
Nem todo o escuro é medo
Nem todo escuro é medo
se não aquele
que portas fecha
nem todo o sofrer destrói
e sangrar não mata
Uma vida arrumada
limpa
iluminada
engana
Paredes caiadas
podem esconder
o horror
Antes amar e errar
se por medo de errar
não ousas
O tempo não espera
quem no caminho
ignora
uma porta aberta
se não aquele
que portas fecha
nem todo o sofrer destrói
e sangrar não mata
Uma vida arrumada
limpa
iluminada
engana
Paredes caiadas
podem esconder
o horror
Antes amar e errar
se por medo de errar
não ousas
O tempo não espera
quem no caminho
ignora
uma porta aberta
teimosa
Aprendiz de vida
há-de morrer
Antes, porém
muito antes
morria por ela a morte
dos encantos
presa fatais
E roubá-la
à vida
levá-la
morta a morte
de ciúmes fulminada
impaciente
deseja
Perdição anunciada
esta obsessão
que faz da morte
escrava
duma mulher teimosa
na paixão
há-de morrer
Antes, porém
muito antes
morria por ela a morte
dos encantos
presa fatais
E roubá-la
à vida
levá-la
morta a morte
de ciúmes fulminada
impaciente
deseja
Perdição anunciada
esta obsessão
que faz da morte
escrava
duma mulher teimosa
na paixão
sucumbir
Más as línguas
que tua doçura
sentem
podem azedas
ser?
Temem
porventura
o efeito
que aflige
a minha alma?
Sucumbir
ao doce suspirar,
nos olhos teus
naufragar,
da tua voz
prisioneiro ficar?
Já não sei
se morrer prefiro
aqui agora
de saudades
se ser moído
lentamente
pelas mós
dessa doçura
fatal.
que tua doçura
sentem
podem azedas
ser?
Temem
porventura
o efeito
que aflige
a minha alma?
Sucumbir
ao doce suspirar,
nos olhos teus
naufragar,
da tua voz
prisioneiro ficar?
Já não sei
se morrer prefiro
aqui agora
de saudades
se ser moído
lentamente
pelas mós
dessa doçura
fatal.
quem pode
Deixar o poeta entrar
é arte que
tem de fogo
a força de uma luz
Mas pode queimar
não vá o poeta
em chamas
o interior incendiar.
Arderá ele por certo
consumido
pela emoção.
É um risco
que só corre
quem tem poder
para tal
Ou com o fogo brinca
como a criança
com a paixão.
é arte que
tem de fogo
a força de uma luz
Mas pode queimar
não vá o poeta
em chamas
o interior incendiar.
Arderá ele por certo
consumido
pela emoção.
É um risco
que só corre
quem tem poder
para tal
Ou com o fogo brinca
como a criança
com a paixão.
sem ela
Nada mais avassalador
para o aprendiz de poeta
que saber cativa
a musa
ter fugidia
longe
a princesa
que o sono
lhe tira
sem poder tocar
ouvir-lhe a voz
bastaria
para se encontrar
com a alma
que lhe entregou
Cativo ele
sem ela
tem o mundo
vasto
por prisão
enquanto ela tem a cela
Vive de acendalhas
que apanha
ávido
palavras dela soltas
que acendem
a chama de versos novos
para o aprendiz de poeta
que saber cativa
a musa
ter fugidia
longe
a princesa
que o sono
lhe tira
sem poder tocar
ouvir-lhe a voz
bastaria
para se encontrar
com a alma
que lhe entregou
Cativo ele
sem ela
tem o mundo
vasto
por prisão
enquanto ela tem a cela
Vive de acendalhas
que apanha
ávido
palavras dela soltas
que acendem
a chama de versos novos
Mais medo de abrir que de fechar
Fechar, eu sei.
Abrir é que não.
Entram vândalos, ventos..
E mesmo o amor,
não esconde atrás dele
a rejeição?
Inteira me sinto.
Se me encosto,
quando te afastares, caio.
Se te encostas
é mais um peso.
Deixa-me ficar
no vazio
que é meu
Dele não há traição
Não me ama,
mas eu também não.
Cuidado
Tenho quatro espinhos
para os tigres.
Abrir é que não.
Entram vândalos, ventos..
E mesmo o amor,
não esconde atrás dele
a rejeição?
Inteira me sinto.
Se me encosto,
quando te afastares, caio.
Se te encostas
é mais um peso.
Deixa-me ficar
no vazio
que é meu
Dele não há traição
Não me ama,
mas eu também não.
Cuidado
Tenho quatro espinhos
para os tigres.
assédio cerrado
Infinita
essa noite de trevas
onde teimosa percorres
sendas tortuosas
do desespero antigo.
Que penas mais
para quem penas tem
castigos se impõe
incapaz de se dar
repouso.
Deixei de ouvir
um coração bater
não porque frio
desde que um muro
ergueu.
Montou-se um cerco
assédio cerrado
feito de fantasmas
por ela paridos
acalentados.
essa noite de trevas
onde teimosa percorres
sendas tortuosas
do desespero antigo.
Que penas mais
para quem penas tem
castigos se impõe
incapaz de se dar
repouso.
Deixei de ouvir
um coração bater
não porque frio
desde que um muro
ergueu.
Montou-se um cerco
assédio cerrado
feito de fantasmas
por ela paridos
acalentados.
entre dois pontos
Uma linha recta seria
o caminho mais
curto
entre dois pontos.
Se assim quisesses.
Um atalho a direito
uniria
dois pontos
sem os perder.
Assim deixasses.
o caminho mais
curto
entre dois pontos.
Se assim quisesses.
Um atalho a direito
uniria
dois pontos
sem os perder.
Assim deixasses.
L'amour
"L'amour a été inventé par les femmes pour permettre à ce sexe de dominer alors qu'il était fait pour obéir"
Jean-Jacques Rousseau
Jean-Jacques Rousseau
sexta-feira, 9 de março de 2012
Recuar
Este presente que o não é
paralisado pelas memórias venenosas
do passado
repisado
Decisões que o não são
travadas por mil receios
capazes somente
de fugir e recuar
Sonhos que nada serão
penosas mascaradas
que evitam apenas
abraçar o presente
Amores que nada são
efémeras construções
que simulam
alternativas
A liberdade que o não é
nome falso de calabouço
onde livre se é apenas
de ousar
Na alma, tristeza lancinante
um gemido surdo
medo antigo
algemam-na, cativa
A minha menina sofre triste
com tanta felicidade adiada
já nem lembra o que é viver
foge ao sol e à luz
Tragam-me a minha princesa
vão-ma buscar, àquela torre
soltem-na, fantasmas vazios
Entreguem-ma, que é minha
paralisado pelas memórias venenosas
do passado
repisado
Decisões que o não são
travadas por mil receios
capazes somente
de fugir e recuar
Sonhos que nada serão
penosas mascaradas
que evitam apenas
abraçar o presente
Amores que nada são
efémeras construções
que simulam
alternativas
A liberdade que o não é
nome falso de calabouço
onde livre se é apenas
de ousar
Na alma, tristeza lancinante
um gemido surdo
medo antigo
algemam-na, cativa
A minha menina sofre triste
com tanta felicidade adiada
já nem lembra o que é viver
foge ao sol e à luz
Tragam-me a minha princesa
vão-ma buscar, àquela torre
soltem-na, fantasmas vazios
Entreguem-ma, que é minha
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