sábado, 25 de agosto de 2012

as nuvens levam isto com graça

Uma e mais vezes
corre o esquilo
às avelãs
Bica o pica-pau
a larva

E bate dentro
um novelo de veias
rasgam, gritam
suadas
peles cansadas

Não há outra vida
senão esta encenada
num ritmo fingido
e chorar não sabe
mais

É já ali à frente
espere o dia
que a noite passe
arrasta-se, adia
surda

Não está
partiu
se dissolver-se pudesse
descansaria
insiste

Percurso
desfocado
cambalear errante
quer a lua
apagada

Que até
o brilho dela pálido
fere
as aparências
insubordinada

E nem sequer é grave
muito menos sério
se outros ventos
procurasse
voaria sem peso

Finca ali
os pés
guarda avelãs (três ou quatro)
matraqueia o tronco seco
onde não mora bicho

As nuvens
deixaram-se aquecer
traçam sorrisos
bailam no azul
Olha para elas!

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