Esconderam-se os pássaros,
nem memória
deixaram
Não falam as folhas das árvores
e o silêncio
emudeceu
Mil vezes receou,
ocupada a fugir
Não sabia estar,
escorregava-lhe
o presente
pelas escamas
Sopram os ventos
que pavor é sofrimento
e cálculo, cobardia
Vozes que não chegam
àquela concha,
fechada desde que
lhe comoveram
as entranhas
Tirita
longe de um abraço
não vá desfalecer-lhe
no peito
Parou a vida
e o sangue,
guarda-se intacta,
embalsamada,
preserva
o que não existe
E ninguém ousa
saber
se isto é força
ou fraqueza,
onde está
o querer
e o poder,
nem qual o lado
do mundo
que uma porta encerra
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