sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Tapete Vermelho

Um rectângulo
no chão.
Ela parada.
Nem p'ra trás
nem p'rá frente.
Anda, põe o pé..
Não diz nada.
Os olhos negros,
lindos..
E aquele olhar,
selvagem,
tem tanto
de teimosia
quanto de medos
irracionais.
Colaram-se-lhe
os dois pézinhos
à terra.
Ao chão.
Só ela sabia,
se porque
o tapete
que tinha diante de si
era vermelho.
Já não se lembra..
Os medos são os mesmos.
E a teimosia.
Quarenta e tal anos
passados.

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