Na penumbra,
fazes teus medos e fantasmas,
antigos os mesmos.
Agasalhas-te de frio e gelo,
hesitas e recuas.
Maquinalmente, agarras a segurança
garantida
pela memória de mágoas guardadas,
de erros e carrascos passados..
Conheces o odor abafado da rotina,
sussuro de casa mortuária.
E não arriscas.
Petrificada, não apercebeste
aquele instante quando
o fascínio de reviver a morte velha
e os demónios,
eclipsou a paixão de descobrir
mais fundo alguém
que mal conseguiste etiquetar..
Esse relógio que contemplas,
bate agora ao ritmo
do teu coração assustado.
O tique-taque perverso diz-te
só o mesmo
e nada desejas de novo.
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